em relação a 2019

VÍDEO: mesmo sem aulas presenciais, UFSM deve fechar 2020 com mais gastos

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Maioria dos veículos está há mais de sete meses sem uso. Mesmo com economia de R$ 12 milhões com combustível, diárias e outros serviços, universidade terá mais gastos este ano do que em 2019

Caso as aulas presenciais não retornem até o fim do ano, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) pode ter uma redução de até R$ 12 milhões nos gastos com diárias, passagens, combustíveis, energia elétrica e terceirizações. A estimativa é da Pró-Reitoria de Planejamento e está comparada às médias de gastos em anos anteriores.

Por outro lado, apesar da queda nessas despesas, o reitor da instituição, Paulo Afonso Burmann, afirma que o investimento em outros setores durante a pandemia supera "largamente" o valor economizado. De acordo com ele, houve um redirecionamento dos recursos que seriam usados nessas rubricas.

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Aparelhos de tecnologia da informação para estruturar os trabalhos remotos, insumos para testes para coronavírus e produção de álcool gel, compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e concessão de auxílios estudantis para suprir o não funcionamento do Restaurante Universitário (RU) passaram a fazer parte das contas da universidade, por exemplo. O balanço ainda não foi fechado e deve ser divulgado com detalhes para a comunidade nas próximas semanas. Mas Burmann adianta que a UFSM vai gastar mais em 2020 do que em 2019.

- Nós trabalhamos com restrições orçamentárias há vários anos e temos passivos que precisam ser cobertos. Quanto à energia elétrica, por exemplo, nós estamos fazendo a reestruturação da rede dos prédios, que é antiga. Essas obras estão ligadas ao Plano de Proteção Contra Incêndio (PPCI) e demandam investimento - explica o reitor.

Além disso, segundo Burmann, como a expectativa é que, pelo menos em um primeiro momento, as aulas retornem em formato híbrido, equipamentos para teleconferências serão comprados para adequar as salas de aulas à nova realidade.

De acordo com o pró-reitor de Planejamento, Joeder Soares, os cálculos são complexos porque o cenário dos próximos meses ainda não está definido:

- Em caso de retomada das aulas presenciais, haveria uma pressão nos contratos e aumento da necessidade de insumos para higienização e adequações aos protocolos de biossegurança. Nesse contexto, teríamos um aumento de pelo menos 40% no valor gasto nessas áreas.

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EM 2021
O orçamento da UFSM de 2020 para custeio e investimento é de cerca de R$ 130 milhões, segundo Joeder Soares. Em junho, o governo federal liberou os recursos contingenciados e deu um fôlego para as finanças da universidade. Porém, o pró-reitor diz que as limitações permanecem e devem ser ainda maiores para o próximo ano.

Paulo Burmann acrescenta que o orçamento de 2021, em debate no Congresso Nacional, poderá ter uma redução de 18% em relação a 2020.

- O ano que vem vai exigir muito mais investimentos. É uma conta que não vai fechar, mais uma vez - preocupa-se Burmann.

RESUMO DAS ESTIMATIVAS

  • Caso as aulas presenciais não retornem até o fim do ano, haverá redução entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões com relação aos anos anteriores em despesas com diárias, passagens, combustíveis, energia elétrica e serviços terceirizados
  • Se as aulas presenciais voltarem, gastos com insumos para higienização e adequações aos protocolos de biossegurança terão aumento de até 40%
  • No balanço entre a redução nas despesas e valores (ainda não divulgados) investidos em Tecnologia da Informação, insumos para testes para Covid-19, produção de álcool em gel e auxílio estudantil, a UFSM deve fechar o ano gastando mais do que em 2019
  • A expectativa é que o orçamento de 2021 tenha redução de 18% em relação ao de 2020

PESQUISAS FORAM PREJUDICADAS, MAS NÃO TOTALMENTE INTERROMPIDAS
As pesquisas universitárias também não ficaram livres dos impactos da pandemia. Entretanto, cada área sofreu de maneira diferente. O coordenador de pesquisa da UFSM, Fabio Andrei Duarte, explica que, em geral, os estudos não foram totalmente interrompidos. As formas de dar continuidade às atividades foram diversas.

No caso das ciências sociais e humanas, por exemplo, muitos trabalhos puderam continuar à distância porque não dependem de laboratórios. Outras pesquisas, que precisavam recolher dados em campo, por exemplo, passaram por adaptações, inclusive na temática, voltando-se para estudos dos efeitos do coronavírus na vida da população.

- Há atividades que não podem parar porque que trabalham com animais, células, e, se forem interrompidas, pode-se perder trabalhos de meses ou até anos. Então, os laboratórios continuaram, com todos os cuidados de saúde, é claro - acrescenta Duarte.

A UFSM tem 514 grupos de pesquisa, de graduação e pós-graduação, registrados no Diretório de grupos de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Conforme o coordenador, houve uma redução no repasse de verbas tanto do CNPq quanto da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) durante a pandemia. Porém, ele acredita que a diminuição de recursos se deva a uma política do governo federal e não somente à crise provocada pelo vírus. 

*Colaborou Rafael Favero

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